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domingo, 23 de março de 2014

Chumbadas para a pesca de praia

Posted: 23 Mar 2014 07:04 AM PDT
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A chumbada ou chumbo, utilizado principalmente na pesca com iscas naturais, tem um alto grau de importância na pesca de praia, pois sua função não é somente de auxiliar na distancia dos arremessos, mas também na ancoragem do conjunto no fundo do mar. 

Segundo Marcelo Esteves, apresentador do quadro Mar e Praia, na Fish TV, os chumbos podem ser divididos em duas categorias:

Chumbos arredondados: sendo estes mais aerodinâmicos, sofrendo assim menor resistência com o ar proporcionando arremessos mais longos. Dentro desta categoria existem variações de formato e variação na concentração do peso do chumbo. Ex.: Alguns possuem maior peso na extremidade do chumbo, já outros o peso é concentrado no centro do chumbo.;

Chumbos triangulares: embora sofram mais resistência com o ar durante o arremesso, têm uma melhor ancoragem do conjunto dentro da água, ou seja, possuem a característica de ficarem travados quando em contato com a areia do fundo no mar. Para situações mais extremas, onde o mar está “correndo” bastante (grande correnteza), é possível usar o chumbo com garra, também conhecido como chumbo garatéia, para ter uma melhor fixação na areia do fundo do mar.

No livro escrito em 1997 pelo pescador Silvio Fukumoto, denominado Noções Gerais de Pesca de Arremesso, existe um capítulo destinado exclusivamente a este assunto. Embora a realidade da pesca de praia seja diferente nos dias de hoje, vale a pena conferir este capítulo. Segue cópia abaixo:

Existem modalidades de pesca em que não se usa chumbada, e outras em que a chumbada, embora necessária para lançar e afundar a isca na água chega a atrapalhar, por prejudicar a sensibilidade do material. Também no surfcasting o peso da chumbada prejudica a sensibilidade do equipamento, mas sua importância é fundamental, pois sem ela não haveria arremesso. Pode-se até dizer que chumbada certa pega peixe. E não se trata de retórica, já que o emprego de chumbadas erradas ou impróprias, quanto ao peso e formato, pode redundar em maus resultados na pesca.

Se perguntarmos a um pescador comum de vara e molinete sobre a função da chumbada, talvez diga que é o óbvio: arremessar e afundar a isca. Na pesca de arremesso, como os lançamentos são feitos sobre as ondas, visando objetivos distantes, em águas abertas e agitadas, não basta afundar, mas sim, arremessar a grandes distâncias, e não basta afundar, mas deve fixar-se no fundo de areia, resistindo à pressão das ondas e da correnteza (é claro que as ondas ou a correnteza não carregam o chumbo diretamente, mas através da pressão sobre a linha). Além disso, nessa pesca o pescador se encontra longe dos anzóis, com muita linha dentro da água, o que se traduz por maior pressão sobre a chumbada.

Na prática comum, um problema na pesca de beira de praia é a chumbada rodar. O problema pode ser contornado ou minimizado, em princípio, com duas providências principais:

1) aumentando o peso da chumbada; 
2) usando chumbadas menos propensas a rodar. Isso desde que não se disponha de um carretel sobressalente com linha mais fina ou que a linha do molinete não possa ser afinada por estar coerente com o conjunto do equipamento e em face das condições da pesca.

Como não se pode aumentar exageradamente o peso da chumbada, sob pena de ultrapassar a capacidade do equipamento e comprometer o conjunto com a sobrecarga, costuma-se usar chumbadas que poetem melhor. Acrescente-se que o emprego de chumbadas de peso acima do limite aceitável, além de forçar perigosamente a vara e encurtar os arremessos, arruinará completamente a sensibilidade do material, impedindo que o pescador sinta o ataque de peixes de pequeno porte. Perceber peixes miúdos beliscando as iscas é importante na medida em que, não o percebendo, o pescador perde tempo, ficando muitos minutos na espera com seus anzóis "limpos". Muitas vezes, ao recolher a linha depois de um bom tempo de espera, vem um peixinho pendurado no anzol, e o pescador nunca saberá quanto tempo ficou de bobeira com aquele peixinho fisgado.

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Chumbadas de formato adequado param melhor do que tipos de peso muito superior, assim como pequenas âncoras poitam melhor um barco do que enormes blocos de concreto. A chumbada mais empregada na praia é do tipo pirâmide, vendida em qualquer loja do ramo. A respeito, achamos preferível o modelo antigo, dotado de alça de arame e não de chumbo - este mais comumente vendido nas lojas, pela simples razão de que a alça de chumbo é grossa demais e não cabe nos grampos comuns. Os fabricantes preferem fundir a alça junto com a chumbada numa peça só, a fim de economizar mão-de-obra. E a alça, sendo de chumbo, não pode ser mais fina como seria de desejar, caso contrário ficaria frágil. Como se vê, o que é bom para os fabricantes, não é bom para o consumidor.
   
O problema da chumbada pirâmide é que, embora pare bem, é muito ruim de arremesso por causa de sua péssima aerodinâmica. Já a chumbada pingo d´água e similares, alongadas e roliças, voam bem, mas rodam, não parando como a pirâmide e tipos afins, de lados quadrados ou côncavos e dotados de arestas. Quer dizer, quando a chumbada tem boa performance aérea, desempenha mal dentro da água, e vice-versa. A questão, portanto, é conciliar boa aerodinâmica com boa capacidade de poetar no fundo do mar - duas qualidades aparentemente conflitantes.
  
Em termos de aerodinâmica, a melhor forma só pode ser a que apresenta o menor coeficiente de atrito com o ar. A resposta está no nariz pontudo dos aviões supersônicos e dos mísseis que obedece a esse princípio. Mas, a boa performance aérea não é apenas resultado da boa penetração aerodinâmica do chumbo, mas também de sua estabilidade no voo, sem oscilações que decorrem do formato desfavorável ou do desbalanceamento entre suas partes.

É claro que, para voar bem, o chumbo precisa sair bem direcionado. Acontece que, antes da partida, ele está com o nariz voltado em sentido contrário ao do arremesso, assim como também a ponta da vara. Em seu curso de aceleração, na fração de segundo que precede o disparo do arremesso e a liberação da linha, o chumbo executa um giro de 180 graus sobre seu eixo para partir com o nariz para frente. Como isso acontece em meio a uma violenta aceleração e ainda em curva, chumbadas de formato inadequado não executam com precisão essa meia volta e a consequência imediata desse problema é um mau arremesso de alcance bem inferior ao que o equipamento poderia conseguir.
  
A chumbada pirâmide, em razão de seu formato, com o nariz bem mais leve, não faz devidamente essa meia-volta e sai atravessada ou mesmo ao contrário, com a base quadrada para a frente. Além disso, como vai arrastando a linha (com chicote e iscas) presa a sua base, não se estabiliza no ar. Enquanto a base por ser mais pesada, tende a ir à frente, o arrasto da linha tende a puxá-la para trás. Nos modelos mais aerodinâmicos, de nariz mais pesado do que a cauda, como o pingo d´água, a própria linha, arrastada pela extremidade traseira, mais fina e leve, atua como um leme ou um estabilizador, corrigindo eventuais falhas na saída e alinhando o chumbo com o nariz para frente, mais ou menos como faz a cauda de uma pipa em relação ao vento.

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Segundo experts inglês John Holden (Long Distance Casting), em matéria de chumbada para pesca de arremesso, nada melhor do que o tipo bomba (pingo d´água de nariz pontudo), à semelhança do Beachbomb inglês, da DCA Moulds, no qual podem ser fixadas quatro garras de aço (para otimizar a ancoragem) caso condições adversas do mar o exijam. Outro modelo da mesma fábrica, o Aquazoom, é até usado nas competições oficiais inglesas de lançamento.

Para melhorar o giro na saída e a estabilidade do chumbo no ar, o Beachbomb pode ser provido de uma longa cauda de aço, de 0 a 15 cm mais ou menos, terminada em aro, em vez da pequena alça convencional.

Em termos práticos entre nós, o que existe de chumbadas para pesca de arremessos no mercado restringe-se aos tipos pirâmide, triângulo côncavo, oliva, medalhão, gota achatada e talvez uns poucos modelos mais. O mais usado é o tipo pirâmide, por ser o mais comum e, também, por sua característica de se prender bem no fundo do mar. Compensa-se o arremesso mais curto entrando mais na água. Mas, quando não se pode avançar mais e o arremesso não chega à distância pretendida, ou quando simplesmente se devem executar lançamentos extremamente longos de fora da água, à saída será recorrer aos tipos de chumbadas que voem melhor, pois nestes casos atingir grandes distâncias será mais importante do que o chumbo parar bem.


Fonte: FishTV e  Livro Noções Gerais de Pesca de Arremesso 

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